quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CAMELIAS E BOLBOS







Começaram a aparecer flores no jardim!  Pode estar frio, pode chover, pode até nevar... mas a Primavera vem a caminho.
O jardim está lentamente a despertar e, quando há umas horas de sol, posso jurar que já cheira a Primavera. As flores ainda não são abundantes mas sempre dá para apanhar algumas aqui e outras ali, e fazer uns mini-arranjos de final de Inverno.
Sinto que o pior do Inverno já ficou para trás — amanhece mais cedo, anoitece mais tarde, o céu está mais azul e o ar mais límpido.
O Inverno este ano fez-se sentir em força e um pouco assustador, temi que as flores no jardim não resistissem ao mau tempo. A perspectiva de longos, frios e escuros meses sem flores em casa é desoladora, mas felizmente há uma maneira fácil de dar a volta ao tema: forçar bolbos! O processo é simples e, se tudo correr bem, no Ano Novo teremos vários. Para quem quiser acompanhar-me nesta actividade encontrei na net este texto que é bastante informativo e é muito completo.
*bolbos
Durante o Outono é a altura apropriada para plantar bolbos que irão dar cor ao jardim no fim do Inverno. Às vezes até já nem nos lembrávamos de os ter plantado e são assim uma dupla alegria.Para tirar partido das fragrâncias de alguns destes bolbos de Inverno, devem ser plantados em maciço e em locais elevados como por exemplo em vasos colocados em locais de passagem. Mas atenção que não se devem misturar cheiros diferentes pois o resultado pode ser diferente do esperado.Mas a versatilidade dos bolbos é tão grande que não é preciso ter jardim para os cultivar. Dão-se bem em terraços, floreiras de janela ou mesmo dentro de casa. Podem-se obter belos vasos com as túlipas, narcisos, jacintos, íris, muscari e outros pequenos bolbos.
Quanto mais original for o vaso escolhido mais espectacular será o resultado. É importante no entanto que o vaso seja furado para uma conveniente drenagem do excesso de água. Os vasos não precisam de serem muito fundos, basta que apresentem uma altura correspondente a pelo menos duas vezes a altura do bolbo a plantar.
A ponta superior dos bolbos deve ficar ao nível do rebordo do vaso. Os bolbos devem ser plantados em número ímpar e muito juntos para criar um melhor efeito visual. Não devem no entanto tocar-se entre si ou nos bordos do vaso.
O composto a utilizar deverá possuir uma boa retenção de água mas é preciso ter cuidado para não encharcar pois pode provocar o apodrecimento dos bolbos.
Para todas as espécies é essencial utilizar bolbos de maior calibre e saudáveis (firmes ao toque e sem manchas). Bolbos pequenos podem não florir.
Dentro de casa poderá antecipar a floração. Para isso é necessário fazer passar os bolbos por algumas fases:
Após a plantação dos bolbos é conveniente colocar os vasos num local onde as temperaturas sejam baixas (5-10ºC) durante pelo menos dois meses (fase de enraizamento). Este local deverá ter também alguma obscuridade e imperativamente um bom arejamento. Uma cave ou uma garagem são exemplos de locais onde se podem obter bons resultados. Durante este período os únicos cuidados necessários consistem na rega para manter a terra sempre húmida.
Passado esse tempo os vasos podem ser então transferidos progressivamente para condições de plena luz e temperaturas de 18/20ºC (fase de floração). Nestas condições a floração surgirá cerca de um mês depois.
A floração será tanto mais prolongada quanto mais baixa for a temperatura ambiente pelo que é de evitar colocar os vasos perto de aparelhos de aquecimento ou zonas de corrente de ar.
Cultura em água
Os jacintos podem mesmo ser forçados a florir só em água. Existem no mercado alguns modelos de vasos, geralmente de vidro, especiais para a cultura dos jacintos, que se enchem de água e onde se coloca um único bolbo. Nestes, a água deve apenas tocar a base do bolbo.
Também os narcisos podem ser cultivados em vasos estanques e cheios de gravilha ou pequenas pedras roladas. Os bolbos são colocados sobre uma camada deste material inerte e o recipiente cheio de água até à base dos bolbos. Este tipo de cultura muito comum na China é particularmente indicada para os narcisos mas pode aplicar-se a todas as espécies.
As fases de enraizamento e floração devem ser seguidas de modo idêntico à cultura em terra.
Se este tipo de cultura for iniciado em meados de Setembro é possível ter no fim de Dezembro a casa cheia de cor e agradavelmente perfumada. É também uma sugestão para algumas prendas originais, económicas e personalizadas.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Olivia Costureira


Olá, eu sou a Olivia Costureira, uma boneca de trapos, à maneira antiga mas também muito moderna – eu já explico. Sabes que agora, nos tempos que correm – não sei se são os tempos que correm ou se são as pessoas que andam sempre aceleradas e não prestam atenção, deu-se uma invasão de bonecas de borracha ou plástico, todas cheias de cor, cheias de roupas brilhantes, lantejoulas, vestidos da moda e pinturas. Elas dominam as prateleiras dos hipermercados e até das lojinhas de bairro ou aldeia. Dizem que é o progresso, os tempos modernos, mas eu não sei, tenho as minhas dúvidas. Esta cor toda, este excesso de brilhos acaba por apagar coisas que eu considero mais importantes. O quê? Já vamos ver. Essas bonecas e bonecos, sim, porque isto não é exclusivo do sexo feminino, são tão diferentes e acabam por parecer todos iguais, isto é, as crianças não parecem ganhar-lhes grande afeição, porque são aos milhares ou mesmo milhões e parecem perfeitinhos, não são nada parecidos com as pessoas… que são únicas e têm os seus defeitos como toda a gente.
Os pais compram e compram, mais e mais, e os meninos e as meninas acabam por se habituar a trocar de boneco ou boneca. Eu fico triste com isto, até por essas minhas primas, que também ficam tristes coitadinhas. Mas a culpa não é delas, claro.
Já não há aquela amizade que havia com as bonecas de trapos, que era para uma vida, não passava de moda. Por exemplo, eu tenho uma prima, a Luisinha, que é boneca de trapos antiga, mas mantém os paninhos todos no sítio, bem estimada, com uma história, uma vida cheia de aventuras, de sentimentos partilhados com a sua dona, que a conserva desde a infância. As bonecas de trapos são macias, amigas, estão presentes nos momentos de alegria e tristeza, sabem ouvir e guardar segredos, passam de pais para filhos como uma herança, uma recordação de família.
Quando nos estragamos ou se descose alguma linha, basta pedir à mãe ou à avó e elas facilmente resolvem o problema. E sabes que mais, eu tenho no meu peito uma janelinha que se abre onde guardo segredos, onde podes colocar uma carta, uma flor, alguma coisa de que gostes muito, pois anda sempre contigo e comigo, bem perto do coração. Eu terei sempre um sorriso para ti. Basta que feches os olhinhos e me encostes ao teu rosto… o resto é só sonhar…”